quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Observatório espiritual?

A respeito do observatório já falei. Todavia, qualifiquei o observatório como espiritual. Assim, cabe uma explicação de porque designá-lo deste modo.
Bem, acontece que sou espírita há uns trinta anos aproximadamente. Foi quando morava em Mogi das Cruzes, São Paulo, que comecei a me interessar por estas coisas. E, certo dia, conversando com um colega de trabalho, resolvi conhecer a Ordem Rosacruz. Durante um tempo recebi semanalmente uma espécie de apostila, que deveria estudar. Eram quatro por mês, uma por semana. De todo modo, não encontrei sintonia com o seu conteúdo. Minha busca então continuou.

Em frente à casa onde morava, havia um casal de vizinhos simpáticos, que certa vez me convidou para ir a uma reunião num centro espírita chamado Cáritas. Fui uma vez, duas vezes, fui gostando e acabei freqüentando aquela casa espírita, onde estudei as obras básicas de Kardec e fiz um curso de educação mediúnica; porém, minha mediunidade não se desenvolveu. Acabei trabalhando na equipe de passes e cuidando do jardim da casa. E, durante a gravidez de meus filhos, minha mulher tomou passe durante os nove meses de gestação. No Cáritas foram dados meus primeiros passos na doutrina espírita.
A bem da verdade, minha mãe já freqüentava outra casa espírita em Niterói, da qual hoje em dia nós dois participamos. Deste modo, quando aceitei o convite do casal de vizinhos, eu já andava lendo alguma coisa sobre a doutrina, estimulado por minha mãe.
O mundo gira, a lusitana roda, acabei ficando desempregado, tive de me mudar de Mogi das Cruzes, retornei a Niterói, morei em Cabo Frio e, mais tarde, virei funcionário público, indo trabalhar em Santos. Durante este tempo andei afastado da doutrina.
Estando em Santos, novamente me veio a vontade de freqüentar uma casa espírita e voltar a trabalhar. Foi ali onde me desenvolvi como médium e também onde travei o primeiro contado com o preto velho que me acompanha até hoje. Que coisa boa é ter um preto velho ao lado da gente! Ele aconselha, faz a gente pensar e clareia as idéias.
Como já disse, foi em Santos que comecei a me desenvolver como médium. No início somente psicografava, ou seja, escrevia comunicações mediúnicas. Em seguida, comecei a ter manifestações psicofônicas, quer dizer, através da fala, o que se chama comumente de incorporação, apesar de não ser bem isso o que acontece, já que a comunicação se faz de mente a mente.
Antes das reuniões mediúnicas, em Santos, havia um estudo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, coordenado por uma senhora de muito bom coração, trabalhadora da casa, chamada Cleide, com quem tinha muita afinidade, de tal modo que, às vezes, sonhava com ela enquanto dormia. Eram sonhos em que conversávamos bastante, e, o interessante, era que ela também se recordava destes encontros, o que vem mostrar que de fato a gente se encontrava na espiritualidade, já que nem eu nem ela sabíamos antecipadamente do sonho de um ou de outro.
Santos é uma cidade muito agradável. Seu grave defeito, para nós, todavia, era a distância de Niterói, onde morava a nossa família. Então, em 1997, voltamos para cá.
Novamente em Niterói, passei a trabalhar mais ativamente como médium e me envolvi em outra atividade da casa na qual trabalho até hoje, o da evangelização de moradores de rua.
Por tudo que foi dito, não tenho como observar a vida senão com um olhar espírita, razão pela qual resolvi batizar este observatório de espiritual. Poderia chamá-lo de observatório espírita, contudo, não me julgo conhecedor tão profundo da doutrina, com os palestrantes e os doutrinadores. Portanto, achei conveniente denominá-lo observatório espiritual.
Em virtude de ser espiritual, as coisas sobre as quais pretendo escrever serão analisadas com base nos cinco princípios basilares da doutrina espírita: a existência de Deus, a imortalidade da alma, a pluralidade das existências, a pluralidade dos mundos habitados e a comunicabilidade dos espíritos.
Como ensinou Kardec: “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei.”
Por esta lente é que serão feitas minhas observações.

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