sábado, 6 de fevereiro de 2010

O chefe habilidoso

Em uma outra cidade diferente da estória anterior vivia um outro empresário riquíssimo. Este, no entanto, diferentemente do outro, era conhecido por sua habilidade e paciência com os seus funcionários. Além disso, era notório o seu senso de justiça. Não passava a mão a mão na cabeça de ninguém - como se diz popularmente - e sabia corrigir com firmeza, sem perder a linha.

Os moradores da cidade se admiravam com aquilo e, como era um homem afável, procuravam lhe alertar quando sabiam da contratação de alguém que, segundo entendiam, não prestava. Então recomendavam: - Tome cuidado, este é muito preguiçoso!; - preste atenção, ele não para em emprego algum, é o maior encrenqueiro!; - essa não!só quer saber de namorar! não quer nada com a dureza! E por aí adiante. O chefe escutava, mas não se abalava. Afinal, pensava, quem não tem defeitos?

Interessante é que o chefe conseguia recuperar aqueles que eram tidos como os piores elementos. Se o sujeito tinha saído da cadeia, isto não lhe importava. A única coisa que  pedia era esforço. Se o funcionário demonstrava esforço em se melhorar, tinha espaço na empresa, conseguia crescer. Pelo contrário, se não tinha o mesmo empenho, não crescia. O chefe no entanto, como se interessava por seus funcionários, procurava saber o que estava acontecendo. E, assim, acabava ganhando a confiança de todos.

Poderá você se perguntar, como é que o empresário tinha espaço para tanta gente assim? Afinal, estava sempre contratando. Na porta de sua empresa havia permanentemente uma placa: há vagas. O que acontece é que realmente ele era muito inteligente. Desde criança, sua habilidade saltava aos olhos. No jogo da memória não tinha pra ninguém. Parecia que tinha memória fotográfica. O pai pensava assim: hoje vou ganhar desse moleque. Que nada! O garoto era fogo! Adorava fazer contas de cabeça e, quando mais crescido, resolver complicadas equações. Curioso, botava a mão em tudo, para desmontar e ver como funcionava. Era daquele tipo dos quais as pessoas dizem: esse vai longe. E foi.

Vamos falar a verdade. Ele era um sucesso. Tinha a vida simples contudo. De tudo que tinha na vida o que mais o estimulava eram suas inúmeras empresas, mas não pelo dinheiro, e sim pelos desafios, por desbravar novas áreas de conhecimento e de negócios. E, como vivia sempre investindo em novas áreas, tinha sempre novas oportunidades de trabalho. Ele dizia: eu gosto mesmo é de dar novas oportunidades às pessoas, de vê-las crescerem, progredirem. E, era isso mesmo que acontecia: se quisesse, se esforçasse, se empenhasse, entrava servente e saía mestre de obras, quem sabe engenheiro? É meu amigo, o chefe investia em treinamento. E assim sua empresa contiuava crescendo.

A chave de seu sucesso era essa: dar sempre oportunidades, corrigir com brandura, acreditar em seus funcionários e investir em treinamento. Tinha ainda uma percepção especial para diagnosticar habilidades, mudando muitas vezes os funcionários de função. Se trabalhava na contabilidade, podia ser deslocado para o setor de recursos humanos. Se percebia o dom de criar deslocava para o setor de design. Quando via capacidade de liderança deslocava para funções de chefia. E assim, os funcionários se sentiam estimulados a seguir em frente.

Bem, meus amigos, para encurtar a estória, devo dizer que a empresa do chefe continua crescendo e à sua frente pode-se ver a mesma placa: há vagas.

E agora? C'est fini. Vamos à explicação.

O chefe habilidoso é Deus, que na sua inteligência está sempre nos dando oportunidades. Podemos fazer as piores barbaridades em uma encarnação, que ele sempre nos dá uma nova chance através de outra existência. Volte lá, diz ele. Progrida. Conserte o que fez de errado. Busque se melhorar.
   
Sabe aquele filho complicado que temos? A mulher ou o marido difícil? O parente problemático? São aquelas pessoas com quem tivemos dificuldades em outras vidas e agora estão ao nosso lado para enfim nos entendermos. É a mão do nosso chefe maior, digamos assim, Deus, nos concedendo novas oportunidades de reconciliação, de harmonização e de entendimento.

E as dificuldades na vida não são necessárias ao nosso aprimoramento? É a mão do chefe nos enviando para um treinamento prático, para o desenvolvimento de novas faculdades e de nossa inteligência. É assim o chefe: quer ver nosso esforço e progresso.

E quando mudamos de profissão, de cidade? É o chefe alocando os seus recursos humanos, pedindo a nossa colaboração em outras áreas, nos dando uma chance de uma vida diferente. E nos dizendo: - Vá em frente! Coragem!

E nos reveses da vida ele está ao nosso lado, através dos amigos e da família. Nestas horas, tantas vezes aprendemos duras lições, mas ele nunca nos abandona. Se fizermos uma prece podemos perceber a sua presença. É que às vezes é preciso agir com rigor. Como nós agimos com nossos filhos, sem nunca entretanto deixarmos de amá-los. O chefe é assim. Nunca se esquece de nós, ainda que em muitas ocasiões a gente não o entenda. Fato é que mais tarde vamos entender tudo. Como acontece com nossos filhos, que mais velhos adquirem a compreensão das coisas.      

Então meu amigo, como a obra de Deus é imensa, há sempre trabalho para todos. E, através das nossas diversas vidas, nos mais diferentes países, nas mais diferentes situações, vamos contribuindo para o crescimento do planeta, que um dia se transformará em mundo regenerado, onde o bem terá prevalência sobre o mal.

O chefe nunca dispensa os trabalhadores de sua empresa. Vida após vida trabalhamos em sua obra. Cada reencarnação é uma nova oportunidade de vida e crescimento espiritual que Deus nos dá. É isso.

     

 

    

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